CAMINHÃO: início de uma história

Conforme registros existentes, consta que o primeiro caminhão que aportou no Brasil era um modelo fabricado na Europa no ano de 1897. O importador e o primeiro proprietário foi um próspero comerciante Álvaro Fernandes da Costa Braga, com a finalidade de transportar chocolate e café, e ao mesmo tempo, fazer propaganda ambulante do seu negócio. É certo que, naquela época, não se tratava de um caminhão na forma atual. Nos Estados Unidos, na virada para o século XX, esse tipo de veículo era chamado de “carroça motorizada”. Podia ser usado tanto no deslocamento de cargas quanto no transporte acanhado de passageiros. Sua estrutura, não era muito diferente dos primeiros automóveis que começavam a ser montados. A história dos caminhões no país, divide-se em duas partes: até os anos 50, quando somente a Ford e General Motors possuíam linhas de produção destinadas a montar veículos importados em caixotes (CKD) e a fase de implantação de fábricas completas, a partir do Governo Juscelino Kubitschek. Durante a primeira, além dos desafios de vender a ideia do caminhão como substituto do carro de boi, numa época de existência de poucas estradas, haviam outros, provocados pelo imponderável: a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, e a Eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939. O Brasil possuía uma economia frágil e extremamente dependente das compras externas, amargando a quase total interrupção do fornecimento de veículos nas duas ocasiões. Na segunda fase, tratava-se de viabilizar não apenas a implantação de fábricas de caminhões, mas de consolidar um amplo parque industrial de autopeças, bem como, expandir o mercado interno de veículos de carga. Assim, tornar economicamente rentável consolidando aquela nascente industria. Em decorrência de possuírem linhas de montagem no país, a General Motors e a Ford dominaram as vendas internas de caminhões, até a década de 50, com mais de 50% do mercado. Porém, a história da indústria de caminhões, tem sido marcada pelo ingresso e saída de montadoras. Em 1963, o mercado constava com a promissora FNM (Fábrica Nacional de Motores), absorvida pela Iveco em 1977, a Puma que produziu caminhões leves entre 1979 e 1984. O contexto da época, com forte demanda interna de caminhões, consolidou o sentimento, que já vinha se materializando em alguns setores do Governo, de implantar a indústria automobilística no país. Não se tratava mais de montar veículos prontos ou semi-prontos, vindos em caixotes ao Brasil, mas como verdadeira industria terminal. Atrelado a isso, a fabricação de motores, investimentos em infraestrutura e desenvolvimento de tecnologia. O lendário Presidente JK propagou na década de 50 que o setor automobilístico seria a alavanca fundamental à industrialização do Brasil dando início do que representa hoje ao país este gigantesco parque automotivo nacional.