CONTÊINER: CONHECENDO UM POUCO MAIS

Publicado por: Profº Marcilio cunha

Recipiente construído de material resistente (geralmente de metal), destinado a propiciar o transporte intermodal de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez. Possui dispositivo de segurança aduaneira e deve atender às dimensões padronizadas pela International Standard Organization – ISO, bem como às condições técnicas e de segurança previstas na legislação nacional vigente e nas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil. O contêiner não é uma embalagem, mas um equipamento ou acessório do veículo transportador. Seu peso (tara) e o volume externo não são computados no cálculo de frete. A utilização de contêineres como equipamento padronizado para unitização de cargas a partir dos anos de 1960, provocou uma verdadeira revolução na maneira como essa modalidade de transporte lida com a chamada carga geral. A conteinerização de cargas proporciona inúmeras vantagens competitivas que simplificam e agilizam o processo de movimentação em cada ponto de transferência, proporcionando mobilidade em diferentes modais de transportes, menor manuseio de cargas e transferência intermodal rápida e segura, entre outras. O segmento que teve ganho mais significativo com a modernização dos portos foi de contêineres. De acordo com o estudo realizado pela Confederação Nacional da Industria – CNI em 2008, as empresas públicas movimentavam entre 8 a 12 contêineres por hora. Passaram a movimentar entre 25 a 30 contêineres por hora e o custo por unidade dessa movimentação caiu de US$ 500 para US$ 200. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), não há dúvidas quanto ao crescimento na movimentação dos portos públicos e terminais privados brasileira por meio de contêineres. De 2010 a 2019, por exemplo, houve aumento no movimento de cargas de 56,8% nesse segmento. Foram aproximadamente 113 milhões de toneladas por ano. No ano de 2020, foram 118,2 milhões de toneladas. Viajam nesses contêineres desde commodities (agronegócio, madeira, papel e celulose) a carnes e congelados, bens de consumo e eletroeletrônicos e automotivo. Os TEUs mais utilizados são os de 20 e 40 pés, pois podem ser mais facilmente transferidos entre os caminhões, trens e navios e são mais seguros e versáteis. A capacidade desses contêineres varia de acordo com sua construção e para qual carga vai transportar, podendo ir de 22 mil quilos a 35 mil quilos. Apesar das turbulências econômicas internas e externas, as perspectivas para a área de contêineres são positivas no Brasil. As expectativas de movimentação para o ano de 2021 deve subir para em torno de 14,7 milhões de TEUS, incluindo longo curso e cabotagem. Contudo, diferenças na distribuição geográfica das atividades econômicas e produtivas ao redor do mundo acarretam desequilíbrios nos fluxos de contêineres cheios originados e destinados a cada porto. Este desequilíbrio gera desafios logísticos no gerenciamento dessas unidades, uma vez que existem locais com excesso de oferta, onde contêineres vazios não são totalmente aproveitados para novas cargas, e outros em que a demanda por vazios supera a oferta daqueles que são devolvidos depois de utilizados. Além disso, é um equipamento dispendioso e não descartável após sucessivas reutilizações dentro da cadeia logística, com a preocupação com os custos das operações envolvidas, sejam os menores possíveis. Quanto o contêiner vazio não representa nenhum adicional de receita para a empresa de navegação. Contêineres vazios quando transportados nos navios podem, muitas vezes, ocupar o espaço dos cheios, resultando perda de receita. Sendo assim, torna-se necessário um gerenciamento adequado, que garanta o atendimento aos clientes ao menor custo, torna-se imprescindível para estabelecer competitividade entre as companhias de navegação.